3 de agosto de 2018

Queridas Futuras Gerações

Olá, pessoas do futuro. Sou um despretensioso cidadão do inicio do século vinte e um. Sim, eu tive o privilégio de presenciar uma transição entre séculos. Não sei muito sobre o século vinte, mas acredito que ele continuará sendo a base cultural para muitos séculos por vir.


Com certeza vocês já ouviram falar de Michael Jackson, considerado o maior artista de todos os tempos. Me desculpem se estou enganado, mas tenho quase certeza que ele ainda não foi superado no momento em que você está lendo este livro. Eu pude presenciá-lo em vida. É, vamos admitir, nós não chegamos a Plutão, mas viver na minha época teve suas vantagens.


Nós fomos a geração que achava que sabia de tudo, entendiamos de religião, política, direitos e igualdade. E eramos muito bons em expressar opinião. Principalmente bons em defendê-la. Ficamos tão bons nisso que acabamos ficando péssimos em ouvir a opinião dos outros diferentes de nós. Na verdade, nós optávamos por sequer lidar com eles. Na maior parte das vezes a gente decidia excluir qualquer divergente de nossas bolhas sociais. E dessa forma nos privávamos de olhar critico, de pontos de vista diferentes e de qualquer nova informação que talvez abrisse nossa mente para uma nova perspectiva. E assim, construímos nossos mundinhos perfeitos e totalmente exclusivos onde só entrava quem olhasse o mundo do nosso jeito. E foi assim, pessoas do futuro, que acabamos nos sufocando em nossa própria arrogância intelectual.


Nós sabemos que a humanidade nunca parou de evoluir. Talvez vocês estejam lendo isso e dando risadas em cima do meu pobre vocabulário, ou talvez não estejam entendendo coisa alguma porque suas mentes são mais amplas do que a de um estudante do século vinte e um.


Mas nós tínhamos a chave. Nossa época era aquela que poderia ter evitado tudo. Era a geração da transição. Qualquer historiador do futuro que se preze há de concordar comigo. Poderíamos ter salvado a Amazônia. Quer dizer, vocês devem conhecer como "O Deserto Da Amazônia", mas na minha época aquele lugar era cheio de árvores enormes e animais de todos os tipos. Oh, vocês provavelmente não devem saber muito sobre árvores. Desculpem por tocar nesse assunto delicado. E tudo bem, nos desculpem por termos queimado todas elas. Nós não sabíamos o que tínhamos até perder. Elas eram muito mais incríveis do que nas fotos que vocês têm. Talvez haja alguma em algum museu. Mas é só um palpite.


Desculpem a minha ignorância vocês não são como nós. Vocês com certeza deram um jeito de cultivar algumas.


Ah e as baleias! Espero que tenham recriado alguma em laboratório. Vocês precisam ver a beleza daquele animal. E de tantos outros que a essa altura já devem ter sumido há séculos. Mas em nossa defesa, muitos de nós tentou salvar muitos deles. E acho que falo por todos quando eu digo, nos Desculpem.
Estávamos ocupados demais tentando provar que sabíamos de tudo, passamos tempo demais olhando para as telinhas de nossos celulares e buscando aprovação alheia, que toda nossa curta existência na linha do tempo da humanidade se resumiu em inflar nossos minúsculos egos insignificantes. 
Espero que sejam melhores que nós.
TÊM que ser.

2 de agosto de 2018

Você viu essa garota?

Você
Por favor, me dê uns minutos do seu tempo pois talvez você possa me ajudar.
Eu estou procurando uma garota. Talvez você a tenha visto. Mas provavelmente não lembrará logo de cara, é que ela aparentemente não tem nada de marcante, se é que você me entende. Ela não é alta nem tem os olhos penetrantes da Angelina Jolie. Mas pensando bem, talvez o cabelo dela chamaria sua atenção. Isso é, se ela cuidasse um pouco mais dele. Não que ela não se importe com o próprio cabelo, mas é que dá muito trabalho pra ficar sedoso e brilhante igual o da Gisele Bündchen, considerando que disposição nunca foi o ponto forte dela. Sabe?
A questão é que eu não a encontro em lugar nenhum. Ela não tá na academia, não tá nas festinhas de fim de semana, nem na companhia das outras garotas. E eu não sei mais onde procurar. Mas também descobri que ela geralmente evita roupas coloridas e não costuma sair. E bom, já faz alguns anos que venho juntando informações sobre ela. Ela é aquela que quase ninguém sente falta se não for pra escola, aquela que as pessoas vivem esquecendo o nome, aquela que de vez em quando está do lado da pessoa que você conhece, mas você nunca a olha diretamente nos olhos. Aquela que no primeiro dia de aula quando todos sairam para o intervalo, ela continuou na cadeira.
Ah e aqueles fones de ouvido, são quase sua marca registrada. Só não me pergunte o que ela escuta. Eu nunca consegui encontrá-la para descobrir.

Então se você a conhece, por favor diga que estou procurando por ela.

6 de junho de 2018

Poucas palavras sobre o agora

Dois investidores da Apple recentemente enviaram uma carta pública à empresa, no qual eles pediam para que a fabricante do smartphone mais popular da atualidade fizesse algo para literalmente desencorajar seus usuários a permanecer longos períodos de tempo conectados. A ironia deste fato seria engraçada se não fosse trágica. O vício das pessoas em ficar horas olhando para uma tela brilhande de 7 polegadas se tornou um problema de saúde pública tão alarmante que a própria Apple se predispôs a trazer em suas próximas atualizações algumas ferramentas que visam limitar o tempo de uso dos iphones e ipads, como avisar o usuário se ele excedeu o tempo limite predeterminado, ou desativar as notificações durante o período de sono. Ferramentas como essas não são muito diferentes de avisos sobre câncer no verso das carteiras de cigarro. Houve uma época em que fumar estava associado ao poder e a parecer descolado, levou-se décadas até conseguirmos desmistificar aquela imagem positiva sobre o tabaco. Mas antes disso acontecer todos queriam ser aquele cowboy destemido com um cigarro na boca impresso nas primeiras carteiras de cigarro, tanto quanto hoje todos querem ser aquele que tem o último iphone lançado.

15 de julho de 2016

Conheça Suas Raízes

O maior engano que a maioria de nós tem, é a ilusão de que controlamos a nossa vida.

Eu sempre fui aquele cara cheio de sonhos impossíveis, que escolheu nunca deixar de ouvir a criança interior. Aquele que não conta os objetivos na roda de amigos para evitar risadas desnecessárias. Meus sonhos eram tudo para mim. Era tudo o que eu tinha e no que eu me agarrava. O meu futuro era minha maior satisfação pessoal. E escrever era parte fundamental desse futuro perfeitamente idealizado.
Mas eu, assim como a grande maioria, esqueci, ou mesmo  nunca aceitei que eu não controlava o meu futuro. O destino, para mim sempre foi e ainda é apenas um mito. Afinal, do meu ponto de vista, a ideia de que todos nós vivemos sobre uma espécie de eventos pré-destinados vai totalmente contra a ideologia do livre arbítrio. Ou seja, a minha vida, nada mais é do que aquilo que eu escolho me tornar. Essa é a ideia que eu sempre comprei. (E vendi).

Mas essa não é a questão.

Há alguns meses, após uma crise de hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue). Eu acabei desenvolvendo crises de ansiedade e ataque de pânico. Coisas que eu nunca levaria a sério se não tivesse sentido na pele. E com essa crise eu perdi completamente a vontade de escrever. De ler, de ver TV, de qualquer coisa que fosse além de respirar. E como em um estalar de dedos, eu perdi a motivação de viver. E com ela todos os sonhos ou mesmo a perspectiva de um futuro. Ou seja, a minha vida tinha perdido o sentido . E tudo o que eu tinha para me apegar naquele momento era Deus. E foi o que eu fiz.

Agora mais de 3 meses depois eu posso dizer que estou curado da TAG (transtorno de ansiedade generalizada) . Uma doença que segundo pesquisas, não tem cura. E o tratamento só começa a fazer efeito depois de 6 meses. (Não, eu não fui a tratamentos, nem tomei remédios.) Eu posso afirmar que se alguém me curou. Esse alguém foi Deus. Não porque eu pedi a Ele, mas porque eu deixei bem claro que eu confiava mais nEle, do que em remédios.

Mas a questão ainda não é essa.

A questão é. Eu fiquei meses sem ter um pingo de vontade de escrever, ou mesmo ler o que eu escrevia. Fiquei com medo de nunca ter o prazer em fazer isso de novo. Ou fazer sem a motivação de antes. Mas aos poucos, dia após dia, aquele pequeno desejo foi voltando. Aquela sede. E com ela a vontade de ter mais, de ser mais. E depois de muito tempo sem o prazer de escrever ou sonhar, hoje eu estou fazendo os dois novamente. Mesmo depois de ter sido destruído. Hoje, eu descobri que escrever e sonhar são a minha raiz. É parte de quem eu sou. 


Então diga isso ao seu destino:

"EU NÃO SOU O QUE ME ACONTECEU. EU SOU QUEM EU ESCOLHO ME TORNAR."

Obrigado Deus por seu amor incrível e por nunca ter desistido de mim.

11 de janeiro de 2016

Escritor?

 O que faz alguém ser levado a sério como escritor?
Ou mesmo, se considerar um escritor?
Não, o simples ato de escrever não torna ninguém escritor. Qualquer um pode se sentar diante de uma folha branca, seja física ou real, e enchê-la de palavras.
Qualquer um pode contar uma estória, e publicar um livro. E mesmo se o fizer, (como é o caso dos youtubers da moda) ainda assim, pode não ser considerado um escritor. (nunca serão)
Mas então o que torna alguém de fato um escritor?
É simples, um escritor de verdade é aquela pessoa que leva o ato de escrever a sério. Aquela pessoa que se dedica de verdade, que estuda, pesquisa e pesquisa e então passa uma eternidade revisando e não desiste até estar ótimo.
Paixão, é disso que se trata. É isso que a move.

Quando eu comecei a escrever (de forma séria) acabei entrando nesse mundo de escritores independentes e apaixonados, e conheci muita gente do ramo através do WhatsApp, Facebook, Wattpad. Muitos escritores bons que merecem ser lidos. E também conheci escritores ruins, e esses têm meu respeito também, porque mesmo não tendo tanto talento, eles se dedicam e levam o negócio a sério. Mas por outro lado, também conheci, infelizmente, aquele tipo. Sim, aquele tipo de ser humano que além de nem se dar ao trabalho de revisar ou corrigir os próprios erros, ainda abandona uma obra sem dar a menor satisfação a quem a estava lendo. Aquele tipo que faz as coisas por fazer "só pra ver no que vai dar". Odeio esse tipo de gente. Não deveria odiar, afinal quando alguém diz que odeia algo acaba se pondo numa posição vulnerável a receber ódio também, mas odeio. E ainda acrescento, essas pessoas deveriam ser proibidas de escrever.

Uma das coisas que eu mais amo na vida é escrever, então seria quase uma traição se eu não me revoltasse ao ver coisas assim.

Apesar de tudo, confesso que ultimamente eu poderia ter me esforçado mais, mas deixei algumas distrações ofuscarem meu empenho. Mas isso já foi resolvido. Estou melhorando, e quero ajudar outros a melhorar, sei que muitos que acompanham esse blog são escritores (de verdade), e isso é ótimo. No próximo post vou dar uma ótima dica que vai te ajudar assim como me ajudou. Ou assim espero. :)


(A imagem não tem nada a ver com  o assunto, mas cara...Lobos são lobos!)


É isso, até mais.

29 de novembro de 2015

A Insegurança Que Nos Limita

Eu li uma vez em algum lugar, que o modo como nós agimos é a consequência direta do tipo de pensamentos que escolhemos ter. Se somos fortes ou fracos, se sorrimos ou choramos diante de determinada situação. Tudo é apenas o resultado da forma como escolhemos encarar a adversidade. E antes que você erroneamente decida que isto parece ser um tanto óbvio, atente para o fato de que ninguém escolhe sentir medo, vergonha ou insegurança. Ou mesmo ser subjugado por qualquer sentimento que afete nossa capacidade de agir "normalmente", por assim dizer.
Mas se ninguém escolhe ser refém de tais opressores psicológicos, por que estes ainda nos oprimem, e consequentemente nos limitam?

Como todos sabemos, a mente humana é incrível. (E na minha humilde opinião, incrível demais para não ter sido criada por alguma coisa maior) Mas ironicamente, a rotina, as distrações e os hábitos diários das pessoas as fazem esquecer, literalmente esquecer, que elas controlam o modo como vêem o mundo. Para tornar mais claro, você escolhe, no meu ponto de vista, o que é relevante ou não para você. Como exemplo vamos criar uma situação hipotética: Em um dia quente num trânsito congestionado, dois motoristas se xingam. O primeiro usa palavras certeiras como flechas psicológicas destruidoras. Logo, o segundo motorista tem duas opções; ou ele se sente pessoalmente e inevitavelmente ofendido, ou ele simplesmente entende que o primeiro motorista está sob total estresse, e que talvez ele jamais diria aquilo em outra situação. O que me leva a uma inevitável pergunta retórica: Qual das formas de pensamento vai levar o segundo motorista a agir da forma como ele realmente desejaria agir?
Existem tantas outras situações onde você sempre terá duas opções de pensamentos, duas opções de pontos de vista, cada um com uma consequência diferente, geralmente totalmente opostas.
São duas formas distintas de ver o mundo, que te levarão a duas formas distintas de lidar com ele.
Dependendo da situação, você é quem escolhe sentir medo, insegurança ou ficar paranóico, e consequentemente ser limitado por isso.
Mas não deixemos de encarar a realidade, é extremamente difícil não se deixar afetar por acontecimentos que boicotam nossa estabilidade emocional. Mas quando você estiver diante deles, comece a praticar o hábito de escolher aquela opção que deixe claro que você é maior do que tudo isso.

4 de novembro de 2015

Perdão

Eu escrevi esse pequeno texto há quase um ano atrás, sem a menor intenção de mostrá-lo a alguém. Mas como foi para esse propósito que criei esse blog, publicar, publicar e publicar. Uma maneira de levar adiante um conjunto de palavras, de idéias, de histórias. Que mesmo que não sejam relevantes, elas precisam ser escritas em algum lugar.
(A imagem não tem nenhuma ligação com o texto, mas... Montanhas são montanhas ^^)

Perdão

Uma das coisas mais belas em relação ao ser humano, é sem dúvida a capacidade de sentir, sentimentos bem específicos e distintos. E a forma como expressamos essas emoções é, no meu ponto de vista, a base das relações e interações humanas em sociedade. Em outras palavras, somos o fruto do que sentimos, e é impossível falar sobre sentimentos sem citar o mais popular, e talvez, o mais forte deles. O amor.
Porque afinal de contas ele nos induz a agir de forma que em outras circunstâncias não agiriamos. Como por exemplo perdoar alguém.
Mesmo que esse alguém não mereça.
Mas afinal, o que é o perdão?
Apenas um dos frutos do amor, talvez assim como a aceitação e a gentileza.
O perdão talvez seja a mais nobre consequência do amor, pois para perdoar é preciso amar.